FOTO: VITOR MARECO
Uma das revelações da Música Popular Brasileira, a cantora e compositora Marina Peralta lançou, no último dia 17/05, o EP ‘Leve’. Oriunda de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, a cantora está prestes a se mudar para a capital de São Paulo e celebra, na arte e no cotidiano, a maternidade.
Em meio a um turbilhão de novidades, a artista topou o convite para uma entrevista com o Música Brasileira Viva e compartilhou sua visão sobre a importância do empoderamento feminino nos espaços artísticos, nos contou um pouco sobre suas referências e apontou suas perspectivas para o futuro do Brasil:
“Estou decepcionada com a nossa capacidade (povo) de perceber o quão grave é o momento. O governo não me surpreende pois eu tinha noção do perigo antes do atual presidente ser eleito”.
Com o financiamento do Fundo Municipal de Investimentos Culturais da Secretaria de Cultura e Turismo da Prefeitura de Campo Grande – MS (FMIC 2018), ‘Leve’ será lançado primeiramente em Campo Grande e transitará por outros estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso e Santa Catarina.
Leia a entrevista completa com Marina Peralta:
Música Brasileira Viva: Marina, o lugar escolhido para lançamento de seu novo EP ‘Leve’ será na cidade de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Como é a relação com a sua terra natal? Foi lá onde você começou a carreira musical?
Marina Peralta: Nada mais justo. Sinto que estrear aqui é como ter a benção da cidade, das pessoas que me acompanham desde o começo, que foi aqui sim. Sou campo-grandense e amo essa cidade!
MBV: A sua música aborda muito a questão do empoderamento feminino como fundamental nos dias atuais. Como você vê o espaço para mulheres que querem fazer música, hoje, no Brasil?
MP: Vejo que estamos avançando porque não aceitamos mais o lugar de espectadora, se o que queremos e podemos é protagonizar nossa arte, dando diferentes contribuições. Não dá mais pra indústria nos negar lugar de fala, e é mérito nosso. Ainda há muito o que avançar e precisamos questionar os privilégios entre nós mesmas.
MBV: A canção ‘Lua’, de seu novo EP, foi feita para sua filha. Em que medida a maternidade transformou o seu eu-artístico?
MP: A maternidade transforma todo o meu eu. A arte é uma consequência visível, pois de fato me arranca uma profundidade que eu ainda estou conhecendo. Mas vale apontar que apesar de uma nova e imensa inspiração, que é a Lua, nunca mais tive o mesmo tempo pra compor (risos)!
MBV: Entre os artistas da Música Popular Brasileira, quais você considera como sendo suas principais inspirações? Quais são suas outras inspirações para compor canções?
MP: Sempre acho difícil essa pergunta pois ouço muita coisa e me inspiro em muitas pessoas. Mas atualmente tô ouvindo bastante Metá Metá, Jocyara, Xênia França. Recentemente descobri Pietá, gostei muito. Sentimentos e histórias que me tocam, me inspiram. Sou bem guiada pelo que sinto, inclusive nas lutas social e política, que são humanas né?
MBV: O viés social e político também está muito presente em suas canções, como em ‘Novo Canto’, que encerra o seu primeiro CD, ‘Agradece’. Quais são suas perspectivas para o atual governo no Brasil?”
MP: Estou decepcionada com a nossa capacidade (povo) de perceber o quão grave é o momento. O governo não me surpreende pois eu tinha noção do perigo antes do atual presidente ser eleito. Vivemos tempos de ódio com muita dificuldade de diálogo. Só a mobilização nas ruas pode impedir mais retrocessos. Devemos cuidar de quem amamos!
Por: João Santiago
Ouça o EP ‘Leve’ completo: